segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

8º Capítulo

8. Fantasma

Não vi muitas vezes os convidados de Jasper durante os dois dias soalheiros em que eles estiveram em Forks. Eu só voltei para casa para que Esme não ficasse preocupada. De outra maneira, a minha existência parecia mais a de um fantasma do que a de um vampiro. Encontrei, invisível nas sombras, o lugar onde eu podia seguir o objecto do meu amor e obsessão, onde eu a podia ver e ouvir nas mentes dos humanos sortudos que podiam caminhar através da luz do sol ao lado dela, algumas vezes a passar a palma da mão dela nas deles acidentalmente. Ela nunca reagia aquele contacto, as mãos deles eram tão quentes quanto as mãos dela.
A ausência forçada da escola nunca antes tinha sido um martírio como este. Mas o sol parecia fazê-la feliz, portanto eu não podia ressentir muito isto. Qualquer coisa que a agradasse estava nas minhas boas graças.
Segunda-feira de manhã, eu ouvi uma conversa que tinha o potencial de destruir a minha confiança e de fazer com que o tempo que eu passasse longe dela fosse uma tortura. Mas, enquanto acabava, alegrou-me o dia.
Eu tinha que sentir um pequeno respeito por Mike Newton. Ele não se tinha simplesmente afastado para curar as feridas, nem desistido. Ele tinha mais coragem do que eu lhe tinha dado crédito. Ele ia tentar outra vez.
Bella foi para a escola bastante cedo e, com a intenção de aproveitar o sol enquanto ele durava, sentou-se num dos bancos raramente usados enquanto estava à espera que a campainha tocasse. O cabelo dela apanhou o sol de formas inesperadas, dando-lhe um brilho avermelhado que eu não tinha antecipado.
Mike encontrou-a ali, e entusiasmou-se com a sua sorte.
Era agonizante apenas ser capaz de assistir, impotente, protegido do brilho do sol pelas sombras da floresta.
Ela cumprimentou-o com entusiasmo suficiente para pô-lo eufórico, e a mim o contrário.
Vês, ela gosta de mim. Ela não me sorria daquela maneira se não gostasse. Eu aposto que ela queria ir ao baile comigo. Pergunto-me o que é que havia de tão importante em Seattle…
Ele deu conta da mudança no cabelo dela. – Nunca tinha reparado antes, mas o teu cabelo tem reflexos ruivos.
Eu arranquei acidentalmente a árvore jovem em que minha mão estava pousada quando ele agarrou numa madeixa do cabelo dela com os dedos.
- Só ao sol. - Disse. Para minha grande e profunda satisfação, ela desviou-se suavemente dele quando ele colocou a madeixa atrás da orelha dela.
Mike precisou de um minuto para reconstruir a sua coragem, gastou algum tempo com outra pequena conversa.
Ela relembrou-o dum trabalho que todos tinham de entregar quarta-feira. Pelo perceptível orgulho na sua cara, o dela já estava pronto. Ele tinha-se esquecido completamente, e isso ia diminuir drasticamente as suas horas livres.
Bolas, trabalho estúpido.
Finalmente ele chegou ao essencial, os meus dentes estavam tão cerrados que conseguiam pulverizar granito, mas mesmo assim, ele não conseguia fazer a pergunta definitiva.
- Ia perguntar-te se querias sair.
- Ah! - Disse.
Houve um breve silêncio.
Ah? O que é que isso significa? Ela vai dizer que sim? Espera, eu acho que não lhe perguntei realmente.
- Bem, podíamos ir jantar ou algo do género… e eu podia trabalhar na dissertação mais tarde.
Idiota, isso também não foi uma pergunta.
- Mike…
A agonia e a fúria do meu ciúme eram tão poderosas quanto tinham sido na semana passada. Eu parti outra árvore, ao tentar segurar-me nela. Eu queria tanto correr através daquela rua, demasiado rápido para os olhos humanos, e agarrá-la, para a roubar do rapaz que eu odiava tanto que o podia matar, e gostar disso.
Será que ela lhe ia dizer sim?
- Acho que não seria a melhor das ideias.
Eu respirei novamente. O meu corpo rígido relaxou.
Seattle era apenas uma desculpa, afinal. Eu não devia ter perguntado. No que é que eu estava a pensar? Aposto que é por causa daquela aberração, Cullen…
- Porquê? - Perguntou agressivamente.
- Julgo… - Ela hesitou. - E se alguma vez repetires o que eu estou a dizer neste preciso momento, eu terei todo o prazer em espancar-te até à morte.
Eu ri-me a alto som da ameaça de morte a sair através dos seus lábios.
- Mas acho que isso feriria os sentimentos da Jessica.
- Da Jessica? - O quê? Mas… Ah. Ok. Acho… Então… Huh.
Os pensamentos dele já não eram coerentes.
- Sinceramente, Mike, tu és cego?
Eu ecoei o sentimento dela. Ela não devia esperar que todos fossem tão perceptivos como ela, mas realmente este exemplo estava para além do óbvio. Com toda a dificuldade que Mike teve para convidar Bella para sair, ele não imaginava que não seria tão difícil para Jessica? Devia ser o egoísmo que o fez ficar cego para os outros. E Bella era tão não-egoísta, ela viu tudo.
Jessica. Huh. Uau. Huh. – Ah. - Conseguiu dizer.
Bella aproveitou a confusão dele para escapar.
- Está na hora da aula e não posso voltar a atrasar-me.
Mike tornou-se um ponto de vista não muito confiável a partir daí. Ele percebeu, enquanto a ideia sobre Jessica girava na sua cabeça, que ele gostava da ideia de ela o ter achado atraente. Esse era o segundo lugar, não tão bom como se fosse Bella que se sentisse assim.
Ela até é gira, acho eu. Corpo decente. É melhor um pássaro na mão…
Ele foi desactivado então, com as novas fantasias que eram tão vulgares como aquelas com Bella, mas agora elas apenas irritavam em vez de enfurecerem. Quão pouco ele merecia qualquer rapariga, elas eram quase todas descartáveis para ele. Eu permaneci longe da sua cabeça depois daquilo.
Quando ela estava fora de vista, eu encostei-me contra um tronco de uma enorme árvore e dancei de mente em mente, mantendo-a em vista, sempre agradecido quando Angela Weber estava disponível para olhar para ela. Eu gostava que existisse uma maneira de agradecer à rapariga Weber por ser simplesmente uma boa pessoa. Fez-me sentir melhor que Bella tivesse uma amiga que valia a pena.
Eu vi o rosto de Bella de todos e quaisquer ângulos que me davam, e eu consegui ver que ela estava triste outra vez. Isso surpreendeu-me, eu pensei que o sol fosse suficiente para a manter a sorrir. Ao almoço, eu vi-a a espiar de vez em quando a mesa vazia dos Cullen, e isso entusiasmou-me. Isso deu-me esperança. Talvez ela também sentisse a minha falta.
Ela tinha planos para sair com as outras raparigas, e eu automaticamente planeei a minha própria vigilância, mas estes planos foram adiados quando Mike convidou a Jessica para o encontro planeado para Bella.
Então eu fui directamente para casa dela, dando rapidamente uma vista de olhos à floresta para ter certeza de que ninguém perigoso estava por perto. Eu sabia que Jasper tinha avisado o seu outrora irmão para evitar a cidade, citando a minha loucura como explicação e aviso, mas eu não queria correr nenhum risco. Peter e Charlotte não tinham intenção de ficar mal com a minha família, mas as intenções são coisas que mudam…
Certo, eu estava a exagerar. Eu sabia disso.
Como se ela soubesse que eu estava a vigiar, como se ela estivesse com pena da agonia que eu sentia quando não a podia ver, Bella saiu para o jardim depois de uma longa hora dentro de casa. Ela tinha um livro na mão e um cobertor debaixo do braço.
Silenciosamente, subi para troncos mais altos da árvore para conseguir uma boa visão do jardim.
Ela estendeu o cobertor na relva húmida, e depois deitou-se de barriga para baixo e começou a folhear as páginas do livro velho, como se tentasse encontrar o sítio certo. Eu li por cima do seu ombro.
Ah, mais clássicos. Ela era uma fã de Austen.
Ela leu rapidamente, cruzando e descruzando os calcanhares no ar. Eu estava a ver os raios de sol e o vento a brincar com o seu cabelo quando o seu corpo subitamente se contraiu, e a mão dela parou na página. Tudo que consegui ver foi que ela estava no capítulo três, quando ela agarrou, irritada, uma quantidade grossa de folhas e as passou.
Eu vi de relance um título. O Parque de Mansfield. Ela estava a começar a ler uma nova história, o livro era uma compilação de romances. Eu perguntei-me por que é que ela teria mudado de romance tão abruptamente.
Apenas alguns segundos depois, ela fechou o livro, irritada. Com a expressão zangada, ela empurrou o livro ao seu lado e virou-se para se deitar de costas. Ela inspirou profundamente, como se se quisesse acalmar, arregaçou as mangas e fechou os olhos. Eu lembrava-me da história, mas não consegui pensar em nada ofensivo que a pudesse ter chateado. Outro mistério. Suspirei.
Ela ficou muito quieta, mexendo-se apenas uma vez para tirar o cabelo da cara. Espalhou-se à volta da sua cabeça. E depois ficou imóvel novamente.
A sua respiração desacelerou. Depois de alguns longos minutos, os lábios dela começaram a mexer-se. A murmurar enquanto dormia.
Impossível de resistir. Eu ouvi o mais longe que pude, captando vozes nas casas próximas.
Duas colheres de sopa de trigo… um copo de leite…
Vamos lá! Encesta! Ah, vai lá!
Vermelho, ou azul… ou talvez eu devesse vestir algo mais casual…
Não havia ninguém por perto. Eu saltei para o chão, aterrando silenciosamente na ponta dos pés.
Isto era muito errado, muito arriscado. Tinha sido tão superficial ao julgar Emmett pelos seus modos impulsivos e Jasper pela sua falta de disciplina. Agora era eu quem estava conscientemente a desprezar todas as regras, e isso fazia com que os lapsos deles parecessem insignificantes. Eu costumava ser o responsável.
Suspirei, mas rastejei em direcção ao sol, descuidado.
Evitei olhar para mim mesmo à luz do sol. Era mau o suficiente que a minha pele fosse uma pedra e desumana à sombra, não queria olhar para Bella e para mim lado a lado à luz do sol. A diferença entre nós já era insuperável, dolorosa o suficiente sem ter essa imagem na minha cabeça.
Mas eu não conseguia ignorar as faíscas de arco-íris que eram reflectidas pela pele dela à medida que me aproximava. O meu queixo ficou rígido com a visão. Poderia eu ser ainda mais uma aberração? Imaginei o terror dela se abrisse agora os olhos…
Comecei a recuar, mas ela murmurou outra vez, prendendo-me ali.
- Mmm… Mmm.
Nada inteligível. Bem, eu ia esperar um bocado.
Cuidadosamente, eu agarrei no seu livro, estiquei o meu braço e sustive a respiração enquanto estava perto dela, só por precaução. Comecei a respirar novamente quando estava a poucos metros de distância, e testei como é que o sol e o ar livre afectavam o cheiro dela. O calor parecia adocicar a fragrância. A minha garganta queimou com desejo, o fogo era feroz outra vez porque tinha ficado longe dela por muito tempo.
Passei um momento a controlar aquilo, e depois, enquanto me forçava a respirar pelo nariz, deixei que o livro se abrisse nas minhas mãos. Ela tinha começado pelo primeiro livro… Virei rapidamente as páginas até o terceiro capítulo de Sensibilidade e Bom Senso, e procurei por alguma coisa potencialmente ofensiva na prosa excessivamente delicada de Austen.
Quando os meus olhos pararam automaticamente no meu nome, o personagem Edward Ferrars estava a ser apresentado pela primeira vez, Bella falou de novo.
- Mmm. Edward. - Suspirou.
Desta vez não tive medo que ela tivesse acordado. A voz dela era baixa, só um murmúrio melancólico. Não eram os gritos de medo que teriam sido se ela me visse agora.
A alegria entrou em conflito com auto-desprezo. Pelo menos ela ainda sonhava comigo.
- Edmund. Ah. Demasiado… parecido…
Edmund?
Ah! Ela não estava a sonhar comigo, percebi com raiva. O auto-desprezo voltou com força. Ela estava a sonhar com personagens fictícias. Lá se foi meu convencimento.
Guardei o livro e fui para o abrigo das sombras, onde pertencia.
A tarde passou, e eu via, sentindo-me inútil outra vez, enquanto o sol descia lentamente no céu e as sombras se espalhavam pelo jardim até ela. Eu queria empurrá-las para longe, mas a escuridão era inevitável, as sombras tomaram-na. Quando a luz desaparecia, a pele dela era demasiado pálida, quase fantasmagórica. O cabelo dela estava escuro outra vez, quase preto contra a sua cara.
Era uma coisa assustadora de se ver, era como testemunhar as visões de Alice a tornarem-se realidade. O batimento cardíaco forte e constante de Bella era a única garantia, o som que manteve este momento longe de ser um pesadelo.
Fiquei aliviado quando o pai dela voltou para casa.
Eu consegui ouvir um bocado da mente dele enquanto conduzia em direcção da casa. Um vaga irritação… no passado, alguma coisa do trabalho. Expectativa misturada com fome, presumi que estivesse ansioso para o jantar. Mas os pensamentos dele eram tão silenciosos e contidos que não pude ter certeza se estava certo, só percebi uma parte deles.
Perguntei-me como é que a mãe dela soaria, que combinação genética a tinha feito tão única.
Bella começou a acordar, contorcendo-se para se sentar quando os pneus do carro do seu pai cantaram contra o asfalto da estrada. Ela começou a olhar à sua volta, parecendo confusa com a inesperada escuridão. Por um breve momento, os olhos dela passaram nas sombras onde eu estava escondido, mas eles passaram rapidamente.
- Charlie? - Perguntou em voz baixa, ainda a espreitar as árvores que rodeavam o pequeno jardim.
A porta do carro bateu com força, e ela olhou em direcção ao som. Colocou-se rapidamente de pé e arrumou as suas coisas enquanto dava mais uma olhadela em direcção às árvores.
Eu fui para uma árvore mais próxima da janela de trás da pequena cozinha, e ouvi a noite deles. Era interessante comparar as palavras de Charlie aos seus pensamentos ocultos. O seu amor e interesse pela sua única filha eram quase esmagadores, mas ainda assim as palavras dele eram sempre curtas e casuais. Na maior parte do tempo, eles sentavam-se num silêncio amigável.
Eu ouvi-a discutir os seus planos para a próxima noite em Port Angeles, e eu definia os meus próprios planos enquanto ouvia. Jasper não tinha avisado Peter e Charlotte para ficarem afastados de Port Angeles. Apesar de eu saber que eles se tinham alimentado recentemente e que não tinham qualquer intenção de caçar na vizinhança da nossa casa, eu ia olhar por ela, só por precaução. Afinal de contas, havia muitos outros da minha espécie lá fora. E também, todos os perigos humanos que eu nunca tinha considerado antes.
Eu ouvi a preocupação dela sobre deixar o pai a preparar o próprio jantar, e sorri ao ver a minha teoria provar-se. Sim, ela cuidava dele.
E aí eu fui-me embora, sabendo que podia voltar quando ela estivesse a dormir.
Eu não ia invadir a privacidade dela, a espreitar como um coscuvilheiro. Eu estava aqui para protecção dela, não para olhar para ela com malícia, da maneira que Mike Newton faria sem dúvida, se fosse ágil o suficiente para se mexer entre os troncos das árvores, como eu era. Eu não a ia tratar assim.
A minha casa estava vazia quando eu voltei, o que por mim estava óptimo. Eu não tinha saudades da confusão ou dos pensamentos depreciativos, a questionar a minha sanidade. O Emmett deixou um recado preso à coluna do corrimão.
Futebol no campo Rainier, vamos! Por favor?
Eu encontrei uma caneta e rabisquei a palavra desculpa mais abaixo do seu pedido. As equipas estavam mais equilibradas sem mim, de qualquer das maneiras.
Eu saí para a mais curta das viagens de caça, contentando-me com a menor e mais gentil das criaturas que não tinha um gosto tão bom quanto os caçadores, e depois vesti roupas limpas antes de correr de regresso a Forks.
Bella não dormiu bem esta noite. Agitou-se nos cobertores, a sua cara algumas vezes preocupada, algumas vezes triste. Perguntei-me que pesadelo a estaria a assombrar e depois percebi que apesar de tudo eu não queria saber mesmo.
Quando ela falou, maioritariamente depreciava Forks numa voz abatida. Apenas uma vez, quando ela suspirou as palavras “Volta” e quando a sua mão se esticou, um pedido mudo, eu tive a oportunidade de ter esperanças que ela estivesse a sonhar comigo.
No dia de escola seguinte, o ÚLTIMO dia em que o sol me manteria prisioneiro, foi praticamente o mesmo que o anterior. Bella parecia ainda mais melancólica que ontem, e perguntei-me se ela tinha desistido dos seus planos, não parecia estar com disposição necessária.
Mas, sendo Bella, ela provavelmente ia colocar o divertimento das amigas acima do seu próprio.
Ela hoje estava a usar uma blusa azul, e a cor realçava a pele dela perfeitamente, deixando-a como um creme fresco.
A escola acabou e a Jessica concordou em ir buscar as outras raparigas. Angela também ia, e eu fiquei agradecido por isso.
Fui para casa buscar o meu carro. Quando eu vi que Peter e Charlotte estavam lá, decidi dar uma hora de vantagem às raparigas. Nunca seria capaz de as seguir se conduzisse no limite de velocidade. Um pensamento horrível.
Entrei pela cozinha, e acenei vagamente às saudações de Emmett e Esme enquanto passava por todos na sala e fui directamente para o piano.
Argh, ele voltou. - Rosalie, claro.
Ah, Edward. Odeio vê-lo a sofrer tanto. A alegria de Esme estava a começar a ser destruída pela preocupação. Ela devia estar preocupada. Esta história de amor que ela tinha visualizado para mim estava a cada hora que passava mais perto da tragédia.
Diverte-te em Port Angeles. - Pensou Alice alegremente. – Avisa-me quando eu tiver permissão para falar com a Bella.
Tu és patético. Não acredito que perdeste o jogo de ontem só para veres alguém a dormir. – Resmungou Emmett.
O Jasper não me prestou atenção, nem mesmo quando a música que eu estava a tocar ficou um bocado mais tempestuosa do que eu pretendia. Era uma música antiga, com um tema familiar: impaciência. Jasper estava a despedir-se dos seus amigos, que me olhavam curiosamente.
Que criatura estranha. - Pensou Charlotte, que tinha cabelo loiro claro e era do mesmo tamanho que Alice. - E ele foi tão agradável da última vez que nos vimos.
Os pensamentos de Peter estavam em sincronia com os dela, como era normalmente o caso.
Deve ser dos animais. A falta de sangue humano deixa-os doidos mais tarde ou mais cedo. – Concluiu ele. O seu cabelo era claro e quase tão longo quanto o dela. Eles eram muito parecidos, excepto o tamanho - ele era quase tão alto quanto Emmett - mas eram quase iguais na aparência e pensamento. Um par que combinava, tinha sempre pensado.
Toda a gente menos Esme parou de pensar em mim um momento depois, e toquei notas mais baixas para que não chamasse à atenção.
Não lhes prestei muita atenção durante um longo tempo, deixando que a música me distraísse da inquietude. Era difícil tirar a rapariga da minha cabeça. Só voltei a minha atenção à conversa deles quando as despedidas ficaram mais finais.
- Se vires a Maria outra vez – Estava Jasper a dizer, um bocado cauteloso. – Diz-lhe que lhe desejo bem.
Maria era a vampira que tinha criado Jasper e Peter, Jasper na segunda metade no século XIX, o Peter mais recentemente, por volta de 1940. Ela tinha procurado por Jasper uma vez, quando estávamos em Calgary. Tinha sido uma visita agitada, tivemos que nos mudar imediatamente. Jasper tinha pedido com educação que ela mantivesse distância no futuro.
- Não imagino que isso vá acontecer brevemente. – Disse Peter com um riso. Maria era inegavelmente perigosa e não havia muito amor entre ela e Peter. Jasper tinha sido sempre o favorito de Maria, ela considerava um mero detalhe que uma vez tivesse planeado matá-lo. - Mas, se acontecer, certamente dir-lhe-ei.
Então eles deram um aperto de mãos, preparando-se para partir. Eu deixei que a música que estava a tocar acabasse num fim pouco satisfatório, e levantei-me rapidamente.
- Charlotte, Peter. - Disse, acenando.
- Foi bom ver-te novamente, Edward. - Disse Charlotte de forma duvidosa. O Peter apenas acenou com a cabeça.
Louco. - Protestou Emmett atrás de mim.
Idiota. - Pensou Rosalie ao mesmo tempo.
Pobre rapaz. - Esme.
E Alice, num um tom repreensivo. - Eles vão directamente para Este, para Seattle. Nenhum lugar próximo de Port Angeles. Ela mostrou-me a prova nas suas visões.
Eu fingi que não tinha visto nada daquilo. As minhas desculpas já eram superficiais o suficiente.
Uma vez no meu carro, senti-me mais relaxado. O forte roncar do motor que a Rosalie me tinha arranjado, no ano passado quando estava de melhor humor, era tranquilizador. Era um alívio estar em movimento, ao saber que estava a ficar mais perto de Bella a cada quilómetro que passava a voar por baixo dos meus pneus.




Observações:
. Quem leu o livro "Crepúsculo" deve entender, mas para quem não for esse o caso: quando Bella disse o nome "Edmund" durante o sono no jardim, foi devido aos pensamentos dela antes de adormecer. Estava chateada por as personagens do livro que estava a ler serem todas "Edward" ou nomes demasiado parecidos. Não estava propriamente a sonhar com personagens fictícios ^^'

. As histórias de Peter, Charlotte e Maria são explicadas no 3º livro da saga, "Eclipse".

só queria esclarecer isso! Boa leitura.

9 comentários:

  1. Muito obrigada por teres traduzido isto, agradeço do fundo do coração.

    Parabens estas a fazer um belissimo trabalho.

    Vais publicar o proximo quando?

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  2. Ora, de nada Inês!

    Quase de certeza que amanhã por volta desta hora conseguirei postar o capítulo seguinte, assim que me livrar de todo o trabalho escolar que os professores fizeram o favor de nos dar logo no 1º dia de aulas =')

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  3. Visto que não consegui ontem, posto hoje sim senhora! Daqui a 2 horas +/-

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  4. Obrigado por traduzires o midnight sun en portuguê, estou a adorar =) Rita

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  5. bgd pela traduçao
    estas a fazer um excelente trabalho, a serio!

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  6. Ok, obrigada Mafalda. =D

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  7. Já estou no 8º capitulo... obrigado pela tradução!!!

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